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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parebéns São Paulo pelos 457 anos ;)

São Paulo poderia ser descrita como difícil, inóspita, encrenqueira, suja, feia, enfim um tanto de adjetivos, na sua maioria "denegrindo" a sua imagem, mas sabe de uma coisa, isto tudo aí pode até ser verdade, mas não esconde o encanto de se conquistar uma terra como essa, afinal difícil é a vida monótona de uma cidade sem atrativos e aqui nós temos muitos, desde museus fantásticos a teatros com todo tipo de peças ou salas de concertos de dar inveja em qualquer cidade de primeiro mundo; restaurantes de todos os tipos e gostos; ótimos hospitais; universidades; escolas, exceto as públicas que, como no resto do país, estão cada vêz piores por negligência e incompetência de políticos; sem praia? mas praia de paulistano são os parques ou os muitos e muitos shoppings, praia mesmo, à beira mar, deixa-se para as férias, assim serão melhor curtidas. Inóspita talvez, difícil é a convivência humana seja em qualquer lugar deste planeta, então aqui não é mais complicado do que em qualquer outro lugar, só que tem mais possibilidades de alguém se dar bem, são 12 milhões.

Cada cidade tem sua "encrenca", aqui poderia dizer que existem várias, as ruas entupidas de carros, o metrô saturado, os ônibus idem, os alagamentos constantes, mas aonde não se tem engarrafamento hoje em dia? Até em cidade pequena acontece. Ou alagamentos, hoje mais comum que dupla sertaneja, e temos metrô e ônibus saturados, isto mais que qualquer coisa precisa ser melhorado, será, acredito, a única forma de reverter o quadro de caos urbano a que somos submetidos, maior oferta de linhas de metrô e de linhas/corredores de ônibus tirariam muitos carros das ruas, inclusive o meu, livrando espaço para ser ocupado pelo verde, já imaginaram as ruas e avenidas apinhadas de azaléias, quaresmeiras, paus-ferros etc colorindo e enfeitando os nossos olhos e ajudando na drenagem das chuvas?


Suja com certeza, desde o papelzinho de bala jogado ao acaso nas ruas até os móveis não mais desejados, ou carros abandonados, ou sacos de lixo revirados, ou fachadas sem pintura, ou falta de garis nas ruas... enfim encontramos causas e causas, mas nada tira a responsabilidade nossa como cidadãos, nós é que precisamos dar o exemplo, por que jogar o papel de bala, ou a lata de refrigerante, ou a garrafinha de água na rua? Dá o mesmo trabalho jogar na rua e jogar numa lixeira, não é mesmo? Mas isto não é exclusividade de São Paulo, aonde se vai neste país encontramos lixo por todo lado, será que é cultural ou educacional? Fica aqui a questão.

Feia? Ah! Depende dos olhos e de como olhar, como beleza natural, reconheço, não tem nenhuma, mas como beleza construída, isto são outros quinhentos, tem o seu valor, senão vejamos, a Av. Paulista com seu conjunto de prédios criando um "skyline" impar, assim como o dos novos prédios na Marginal Pinheiros; as obras de Ramos de Azevedo, Niemeyer, Artacho Jurado, Rino Levi etc e outros tantos anônimos ou conhecidos espalhados pelas mais diferentes regiões da cidade, criando um mosaico de tendências e vertentes que faz única a nossa arquitetura, desde um barraco encarapitado numa favela até um prédio neo-clássico de gosto duvidoso para uns e bom gosto para outros dos Jardins; a obras de engenharia/arquitetura moderna como a nova ponte estaiada, ou "modernoso" de arquitetos mais conhecidos pelas extravagâncias de suas criações do que sua funcionalidade; de obras dos tempos coloniais, da virada dos séculos XVIV e XX, do art decó ou nouveau, moderno das décadas de 1930/40/50, do neo-colonial da década de 1970, do "novo-riquismo" espelhado das duas últimas décadas; os detalhes e influências de diferentes origens trazidos pelos muitos imigrantes sejam portuguêses, italianos, japonêses, árabes e outros, assim como a cultura importada principalmente da França e dos EUA, contribuíram para essa diversidade.


Como olhar indiferente para a Pinacoteca, a Estação da Luz, o Teatro Municipal, o CCBB ou o Mercadão, assim como para o Copan, o Grandes Galerias, o MASP ou um tanto de prédios da região da Berrini? Diversas arquiteturas, diversas épocas, diversos olhares.

Sou de Cachoeiro de Itapemirim, modéstia à parte e com muita honra, não tenho como tirar isto de mim, nem quero; sou carioca de alma, tenho Alton nos EUA em minhas memórias e coração, assim como Buenos Aires; Paris e Florença em meus sonhos(ainda irei lá), mas é aqui que moro, que escolhi para viver em meio a todo êste caos, com gente indo e vindo a toda hora do dia ou noite, sinto-me cada vêz mais parte desta terra, múltipla, confusa, efervescente e contagiante, aqui é como dizia um slogan da década de 1970 : "Ame-a ou deixe-a", quem aqui aporta e a deixa entranhar-se não sai mais, não consegue tirá-la de si. Hoje tenho certeza de uma coisa, não sou paulistano de berço, mas sou paulistano de vida.
Feliz Aniversário São Paulo!


Segue daqui as minhas felicitações para esta "mãe de muitas tetas" que me acolheu há 26 anos e a quem agradeço por tudo que me deu e ensinou.

Texto de: Adelson Campos Moreita

São Paulo é foda e pronto acabou!

Feliz aniversário São Paulo e bom feriado a todos paulistas!

Bye!

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